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quinta-feira, 22 de março de 2012

Conhecendo os inimigos que temos dentro

Pensamento logosófico

Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)

O quadro das deficiências que a criatura humana apresenta, desde que nasce até o final de sua velhice, poderia parecer desalentador. Entretanto, isso não deve abater o ânimo, pois é preferível conhecer que inimigos temos dentro, para combatê-los com lucidez mental, a ignorá-los, enquanto ficamos à mercê de sua influência, suportando docilmente a maioria dos desgostos e depressões que nos acarretam. E se comprovamos que uma ou outra deficiência não existem no âmbito pessoal, acaso não é um efetivo humanismo o que se pode exercer, ajudando os demais a se desprenderem delas? A ausência de um gesto dessa índole poria a descoberto uma falha censurável, o egoísmo, que revela falta de solidariedade humana.
A forma que usamos para apresentar essas realidades impede criar um complexo de inferioridade em quem quer que seja, pois oferecemos os conhecimentos que permitem ao homem desembaraçar-se de tão penosa carga; e já se sabe com quanta força revive a árvore depois que lhe podamos os galhos inúteis, livrando-a das pragas que a consomem.

Ao revelar ao entendimento individual essa realidade que se desconhecia, ou que se resistia a conhecer, como é a do enraizamento de deficiências em sua própria vida, não foge ao nosso propósito neutralizar o complexo de superioridade que a maioria das pessoas apresenta em sua psicologia, que dissimula as falhas psicológicas que tanto afetam o desenvolvimento das possibilidades mentais e espirituais que todo ser humano possui. Isso haverá de levar o investigador consciente a deter seu exame e sua análise sobre nossos pronunciamentos, bem como a observar com serenidade de juízo a utilidade que pode extrair deles, desde que se coloque em atitude imparcial ao fazer suas apreciações pessoais.
Nosso ensinamento destrói a inconsistente e presunçosa afirmação:
"Pau que nasce torto morre torto"

pois que, ao modificar as causas que determinam a defeituosa configuração psicológica do indivíduo, modifica-lhe também a vida na totalidade de seu conteúdo. Com a citada afirmação o homem estende um véu sobre sua própria realidade interna, fechando o caminho a toda possibilidade de enobrecer sua conduta, sem perceber que tal coisa implica negar-lhe todo direito ao aperfeiçoamento e, do mesmo modo, negar a Lei de Evolução.

O fato de uma pessoa assegurar que padece esta ou aquela deficiência nem sempre prova que esteja certa, já que com frequência isso provém do desconhecimento que tem de si mesma. Por outro lado, não são poucos os que preferem se ignorar a ter de se confessar em falta ante suas consciências, pelo descuido em que in­correm a respeito de tão primordial dever para consigo mesmos.

A Logosofia, ao introduzir o homem em seu próprio mundo interno, faz com que perceba o erro de insistir em atitudes que entorpecem seu desenvolvi­mento moral. Pouco a pouco, ele compreende quão nociva é essa postura e o valor de aplicar-se ao cultivo das qualidades que surgem espontâneas da alma, após o desarraigamento dos defeitos que a oprimem.
Trechos extraídos do livro Deficiências e Propensões do Ser Humano, p. 13

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