O Espiritismo ensina que as Leis Divinas encontram-se inscritas na Natureza e na consciência de cada Espírito.
Quem se dedica a observar o mundo que o cerca, consegue assimilar o teor de tais Leis.
Entretanto, o guia mais seguro é a consciência.
Durante um tempo, o egoísmo logra turvar a percepção do estatuto Divino.
O egoísmo origina-se da identificação com a matéria.
Quanto mais sintonizado com os prazeres materiais, mais dificuldade tem o homem em ser abnegado.
Nos círculos inferiores da vida, o egoísmo representa condição de sobrevivência.
Os seres irracionais ocupam-se apenas com sua manutenção.
Quando famintos, os animais carnívoros simplesmente caçam e matam.
Se não forem hábeis e insensíveis à dor da presa, eles e seus filhotes morrem.
Um egoísmo muito marcante constitui sinal de pouca evolução.
Quem só consegue pensar no próprio bem-estar assemelha-se às feras da Natureza.
O mundo gira em redor de seu umbigo e ele não se incomoda em causar dores e desgraças aos semelhantes.
Entretanto, os Espíritos são dotados de liberdade, consciência e vontade.
Conseqüentemente, respondem por seus atos.
Nenhum ser pode dar o que não tem.
Não se esperam ações éticas de animais, pois isso está além de sua capacidade.
Mas os homens têm condições de agir com base em parâmetros éticos.
Justamente por isso, seus atos não podem ser ditados exclusivamente pelo interesse pessoal.
Os eventos dolorosos da Natureza, como a dor, a doença e a morte, são universais.
Ninguém escapa de experimentá-los, em maior ou menor grau.
A inteligência humana possibilita assimilar a essencial igualdade de todos os homens.
Essa similaridade demonstra que ser solidário é um dever elementar em face da vida.
Com o passar dos séculos, gradualmente o Espírito se compenetra dessa realidade.
Tudo o que se refere à matéria é passageiro.
Entretanto, ele possui uma consciência que sempre o acompanha.
Cada dor deliberadamente causada ao próximo nela está registrada.
As leviandades, as humilhações infligidas, tudo isso gera dor e arrependimento.
Quanto mais vivido e experiente, mais responsável é o Espírito.
Chega um momento em que o ser espiritual se desgosta do mal.
Farto de erros e baixezas, ele decide trabalhar pelo próprio aperfeiçoamento.
Então, prepara para si encarnações nas quais possa se recompor com o passado.
Não mais se preocupa com facilidades materiais.
Riqueza, beleza e poder já não lhe interessam.
Quando assume elevadas posições é apenas no intuito de melhor trabalhar para o semelhante.
O que conta mesmo é a perspectiva de se recompor perante as Leis Divinas.
À medida que perde o gosto pelas coisas materiais, o egoísmo o abandona.
Desembaraçado de preocupações mesquinhas, caminha vigorosamente para a libertação e a transcendência.
Dificuldades não o assustam, pois sua meta é elevada e sua esperança no futuro é infinita.
* * *
Se você enfrenta graves problemas e dores, talvez tenha chegado o momento de seu acerto de contas.
Não complique a sua programada recuperação espiritual com preguiça e revolta.
Consciente da transitoriedade da vida na Terra, dedique-se a conquistar o que é permanente.
Combata seu egoísmo e esforce-se por agir no bem com desinteresse.
A melhor forma de ser feliz é cuidar da felicidade do próximo.
Pense nisso.
Equipe de Redação do Momento Espírita
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