No Espiritismo cada um age de acordo com a sua consciência, sabendo que mais cedo ou mais tarde terá que ajustar-se à lei natural de causa e efeito. Nada é proibido e aqui se enquadra perfeitamente a alimentação carnívora, apenas uma opção de cada indivíduo. Conheço particularmente um destacado orador espírita que, pelo menos, até há algum tempo atrás não dispensava um suculento bife antes de suas concorridas palestras. Não sei se já reformulou sua predileção carnívora mas o fato é que sua atitude alimentar que não o afastava do concurso dos bons espíritos, sempre ao seu lado, inspirando-o e protegendo-o em todos as ocasiões.
Penso, porém, que independente da questão religiosa, não se dever comer carne por muitas razões. Aqui estão algumas:
1° - O homem é um ser vegetariano, tanto que não temos as presas dos animais carnívoros e o alimento se demora muito tempo se decompondo em nossos intestinos onde se completa a digestão. Nos animais carnívoros, o intestino é bem menor que o nosso e a matéria inútil é logo expelida pelas fezes, ao contrário do que acontece com os humanos.
2° - A velha crença indígena de que “comendo a carne do guerreiro nos torna mais valentes” tem o seu fundo de razão, pois ao comermos a carne animal absorvemos também o seu psiquismo primário, que a cocção não elimina e do qual estamos procurando nos livrar em nossa atual condição humana.
3° - Os animais são nossos irmãos inferiores na longa escala de evolução do espírito e não é justo criá-los, muitas vezes com carinho, para depois sacrificá-los barbaramente.
4° - Quem conhece o ambiente dos matadouros sabe que os animais sentem o "cheiro da morte no ar" e ficam completamente desesperados nos momentos que antecedem o seu sacrifício segregando então grande quantidade de toxinas na sua carne que por isso não é um alimento saudável.
5° - A pecuária intensiva praticada atualmente, já representa um quinto do total de emissões de gases que provocam o efeito estufa - o superaquecimento do planeta - segundo informe divulgado pela FAO (Agência para Agricultura e Alimentação da ONU). Os gases do esterco e da flatulência dos animais, mais o desmatamento para criar pastagens e a energia usada nas fazendas fazem com que os rebanhos respondam por 18% dos gases do efeito estufa.
7° - Aqueles que seguem uma alimentação rica em carnes, onde consomem várias vezes mais proteínas do que as que são necessárias, acabam morrendo mais cedo. Essas proteínas extras não apenas constituem um desperdício como nos predispõem às mais variadas doenças do coração, artrite, câncer de mama, câncer de próstata, câncer do cólon, osteoporose, diabetes, asma, pedra nos rins, impotência e obesidade.
8° - Matar animais gera profunda insensibilidade para com todos seres, sadismo e irreverência geral. Pitágoras já ensinava: "Aqueles que matam animais para comer serão mais propensos que os vegetarianos a torturarem e matarem seus companheiros humanos." Donde se conclui que enquanto houver matança de bichos haverá guerras em nosso planeta.
Precisa dizer mais? Bom, então toma nota: a humanidade mais evoluída que vem por aí, a do terceiro milênio, vai nos considerar uns bárbaros, da mesma forma como nós hoje consideramos os canibais.
PEDRO FAGUNDES AZEVEDO.
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