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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

LIVRE ARBÍTRIO - AÇÃO E REAÇÃO

 Estabelecer relação entre livre-arbítrio e responsabilidade.
- Explicar a manifestação do princípio de ação e reação (Lei de Causa e Efeito).
- Conceituar fatalidade.

Idéias Principais:
- Se o homem tem a liberdade de pensar, tem, igualmente, a de obrar.  Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina.  Nas primeiras fases da vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das faculdades.
- A liberdade é a condição necessária da alma humana, que, sem ela, não poderia construir seu destino.
- A liberdade e a responsabilidade são correlativas no ser e aumentam com sua elevação; é a responsabilidade do homem que faz sua dignidade e moralidade.  Sem ela, não seria ele mais do que um autômato, um joguete das forças ambientes – a noção de moralidade é inseparável da de liberdade.
- De duas espécies são as vicissitudes da vida, umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.  Os sofrimentos devidos a causas anteriores a existência presente, como os que originam de culpas atuais, são muitas vezes a conseqüência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros.
- Fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova a sofrer. 

O Princípio de Ação e de Reação
A liberdade é a condição necessária da alma humana que, sem ela, não poderia construir seu destino.
Apesar da liberdade do homem parecer, a primeira vista, muito restrita pelas próprias condições físicas, sociais ou interesses de cada um, na realidade, sempre podemos contornar tais obstáculos e agir da maneira que mais nos pareça acertada.
A liberdade e a responsabilidade são correlativas no ser e aumentam com sua elevação; é a responsabilidade do homem que faz suas dignidade e moralidade.  Sem ela, não seria ele mais do que autômato, um joguete das forças ambientais.
Quando resolvemos fazer ou deixar de fazer alguma coisa, a nossa consciência sempre nos alerta a respeito, aprovando-nos ou censurando-nos.  Apesar da voz íntima nos alertar, sempre usamos o que foi decidido pela nossa vontade ou livre-arbítrio.  Nada nos coage nos momentos de decisões próprias, daí ser correto afirmar que somos responsáveis pelos nossos atos.  Somos os construtores do nosso destino.
Livre-arbítrio é, pois, definido como “a faculdade que ele tem de, entre duas ou mais razões suficientes de querer ou de agir, escolher uma delas e fazer que prevaleça sobre as outras”.
Aceitar a vida guiada por um determinismo onde todos os acontecimentos estão fatalmente pré-estabelecidos é raciocinar de uma maneira muito ingênua, senão simplória; porque, se assim fosse, o homem não seria um ser pensante, batalhador, capaz de tomar resoluções e de interferir no progresso; seria apenas uma máquina robotizada, irresponsável, a mercê dos acontecimentos.
Fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer.
O livre-arbítrio, a livre vontade do Espírito, exerce-se principalmente na hora das reencarnações.  Escolhendo tal família, certo meio social, ele sabe de antemão quais são as provações que o aguardam, mas compreende, igualmente, a necessidade destas provações para desenvolver suas qualidades, curar seus defeitos, despir seus preconceitos e vícios.  Estas provações podem ser também conseqüências de um passado nefasto, que é preciso reparar, e ele aceita-as com resignação e confiança.
O futuro aparece-lhe, então, não em seus pormenores, mas em seus traços mais salientes, isto é, na medida em que esse futuro é a resultante de atos anteriores.  Estes atos representam a parte da fatalidade ou a “predestinação” que certos homens são levados a ver em todas as vidas.
Na realidade, nada há de fatal e, qualquer que seja o peso das responsabilidades em que se tenha incorrido, pode-se sempre atenuar, modificar a sorte com obras de dedicação, de bondade, de caridade, por um longo sacrifício ao dever.
Os acontecimentos diariamente observados na categoria de dores, que desarticulam o modo de viver, antes tão feliz, ou sob forma de tragédias, que produzem crises de angústia e de desespero, a doença que chega sem avisar, abatendo o ânimo e a coragem, as decepções com amigos ou as esperanças frustradas, a pobreza material a retratar-se na desnutrição, na orfandade, nos assaltos, tanta coisa a se traduzir como aflições e infortúnios, poderá levar o homem que desconhece as verdades espirituais, à loucura ou ao suicídio.  Por isso, a Doutrina Espírita vem esclarecer que “de duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, promanam de duas fontes bem diferentes, que importa distinguir; umas têm sua causa na vida presente, outras fora desta vida”.
Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitas são conseqüência natural do caráter e do proceder dos que os suportam.
Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vitimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!
Quantos se arruínam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos!
Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo o gênero!
Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram desde o princípio as más tendências!
A quem, então, há de o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo?  O homem, pois, em grande numero de casos, é o causador de seus próprios infortúnios!
No entanto, sabemos que existem males que correm sem que o homem tenha diretamente culpa.  São dores que têm origem em atos praticados noutras existências.  Tal, por exemplo, a perda de entes queridos e a dos que são o amparo da família.  Tais, ainda, os acidentes que nenhuma previsão poderia impedir; os reveses da fortuna, que frustram todas as precauções aconselhadas pela prudência; os flagelos naturais, as enfermidades de nascença, sobretudo as que tiram a tantos infelizes os meios de ganhar a vida pelo trabalho; as deformidades, a idiotia, o cretinismo, etc.
Os que nascem nessas condições, certamente nada hão feito na existência atual para merecer, sem compensação, tão triste sorte, que não podiam evitar.
Não resta a menor dúvida que constituímos hoje, o produto das experiências vividas no passado.  Não há sofrimento sem uma causa e efeito, ou ação e reação, que regem o nosso destino porque, se somos livres na semeadura, seremos escravos da colheita.
Deus nos permite, pelo livre-arbítrio, a responsabilidade de praticar o bem ou o mal, porém, a partir do momento que decidimos o que fazer, esta ação gera uma reação característica, que virá mais tarde sob a forma de colheita.
Assim se explicam pela pluralidade das existências e pela destinação da Terra, como mundo expiatório, as anomalias que apresenta a distribuição da ventura e da desventura entre os bons e os maus neste planeta.
Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec

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