O Espiritismo, não dogmatiza; não é uma seita nem uma ortodoxia, é uma filosofia viva, patente a todos os espíritos livres e que progride por evolução. Não faz imposições de ordem alguma; propõe, e o que propõe apoia-se em fatos de experiência e provas morais; não exclui nenhuma das outras crenças, mas se eleva acima delas e abraça-as numa fórmula mais vasta, numa expressão mais elevada e extensa de verdade.
As Inteligências Superiores abrem-nos o caminho, revelam-nos os princípios eternos, que cada um de nós adota e assimila na medida da sua compreensão, consoante o grau de desenvolvimento atingido pelas faculdades de cada um na sucessão das suas vidas.
Em geral, a unidade de doutrina é obtida unicamente à custa da submissão cega e passiva a um conjunto de princípios de fórmulas fixadas em moldes inflexíveis. É a petrificação do pensamento, o divórcio da Religião e da Ciência, a qual não pode passar sem liberdade e movimento.
Esta imobilidade, esta inflexibilidade dos dogmas priva a Religião, que a si mesma as impõe de todos os benefícios do movimento social e da evolução do pensamento. Considerando-se como a única crença boa e verdadeira, chega ao ponto proscrever tudo o que está fora dela e empareda-se assim numa tumba para dentro da qual quisera arrastar consigo a vida intelectual e o gênio das raças humanas.
O que o Espiritismo mais toma a peito é evitar as funestas consequências da ortodoxia.
O Problema do Ser, do Destino e da Dor, Parte 1, Cap. 2 – León Denis
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